Direções de Informação reagem a bloqueio russo

por RTP
A RTP foi um dos órgãos de comunicação visados por Moscovo em Portugal. Nuno Patrício - RTP

As direções de Informação de RTP, Expresso, Público e Observador reagiram esta tarde em comunicado conjunto à decisão de Moscovo de bloquear os quatro órgãos de comunicação como retaliação à proibição na Europa de alguns media russos, considerando que se trata de uma manobra contra a liberdade de informação.

A proibição de acesso a quatro órgãos de comunicação social portugueses, decidida pelo Governo da Rússia, é uma decisão atentatória da liberdade de Informação”, pode ler-se no comunicado assinado pelos diretores de Informação da RTP, Expresso, Público e Observador.

O texto considera que, sejam quais forem as motivações de Moscovo, “não podemos deixar de lamentar e condenar esta atitude que constitui uma limitação grave à liberdade de informar e de ser informado, pressuposto básico do estado de direito e das democracias”.

A RTP, o Expresso, o Público e o Observador repudiam esta atitude e apelam ao levantamento destas restrições”, concluem os responsáveis dos órgãos de comunicação portugueses.

Esta terça-feira, o Kremlin anunciava a decisão de bloquear na Rússia o acesso a 81 meios de comunicação europeus, incluindo quatro portugueses (RTP, Público, Expresso e Observador). O governo russo explicava que esta era uma medida de retaliação pela decisão da União Europeia de proibir a atividade de quatro meios de comunicação estatais russos em território europeu (RIA Novosti, Izvestia, Rossiyskaya Gazeta e Voice of Europe).

“Estão a ser introduzidas contramedidas de acesso a partir do território russo a recursos de transmissão de meios de comunicação dos países membros da UE”, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

O primeiro-ministro Luís Montenegro reagiria algum tempo depois na rede X, afirmando que o Governo "repudia fortemente" a decisão russa.

A lista publicada esta terça-feira abrange 81 meios de comunicação de 25 países europeus, incluindo quatro portugueses: RTP, Público, Expresso e Observador. Segundo Moscovo, estes órgãos de comunicação “divulgam sistematicamente informações falsas sobre o desenrolar da operação militar especial” na Ucrânia.

O país mais afetado pelas restrições russas é a França, com nove meios de comunicação bloqueados, incluindo a agência France-Presse (AFP), os jornais Le Monde e Libèration e os canais LCI e CNews. A lista inclui também os meios de comunicação alemães Der Spiegel, os espanhóis El Mundo e El Pais e a televisão italiana RAI.

“O lado russo tem alertado repetidamente e a vários níveis que o assédio politicamente motivado a jornalistas nacionais e as proibições infundadas aos meios de comunicação social russos na UE não passarão despercebidos”, lê-se ainda no comunicado do ministério russo.

“Apesar disso, Bruxelas e as capitais dos países do bloco optaram por seguir o caminho da escalada, forçando Moscovo a tomar contramedidas espelhadas e proporcionais com outra proibição ilegítima”, acrescenta.

“A responsabilidade por tal desenvolvimento de eventos cabe exclusivamente à liderança da União Europeia e aos países desta associação que apoiaram tal decisão”, afirma Moscovo.
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